Lembro direitinho da cara dos meus pais, da minha irmã e principalmente do namorido quando eu entrei na fila do portão de embarque, para virar a esquina e só aparecer de novo um mês depois. Assim que virei a esquina, quando ninguém mais poderia me ver, eu chorei muito.
Antes de entrar no avião corri no orelhão e liguei pro namorido mais uma vez, só para dizer mais um euteamo do mesmo DDI. Ele estava sério. Acho que tava segurando o choro na frente da minha família toda.
Embarquei.
Horas e horas sem nada para fazer, passando fome com a comida ruim do avião. Eu que sou tão comilona esqueci de levar besteirinhas na bagagem de mão. Só de pensar em ficar longe do namorido eu já perdia o rumo, até de comida eu esqueci (quem me conhece sabe o quanto isso é grave).
Assim que encontrei meu lugar e me acomodei, abri a cartinha que ele tinha dito pra eu ler só depois de embarcar. Chorei mais um montão. As pessoas que estavam do meu lado estavam começando a se assustar. 13 horas de voo, foi o máximo de tempo que já fiquei sem falar com ele durante esse tempo todo juntos.
Aí milhões de horas e de mil turbulências e pernas inchadas depois, chegamos à Londres. Que beleza. Minhas malas chegaram junto comigo (um milagre) e lá fui eu atrás de um orelhão e de um táxi. Descobri que não sabia fazer chamada a cobrar de lá e desejei ter me preparado melhor.
Sentia falta dele. Ele saberia o que fazer se estivesse lá comigo. Chorei mais um pouquinho e entrei no táxi, dizendo o endereço que ficaria por aquele tempo em um inglês mais bonitinho do que eu achava que eu tinha.
(continua)
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