2011 foi um ano diferente. Foi um ano lindo, um ano difícil, um ano único.
Minha irmã viajou, passou dez meses longe, voltou. Eu senti muita saudade, chorei muito, deixei de trabalhar pra ficar vendo ela na webcam, me preocupei com ela, torci para que ela ficasse bem, para que ela não se sentisse sozinha. Fiquei feliz por ela ter conhecido pessoas especiais, pessoas que a ajudaram, que fizeram dela uma pessoa melhor, que cuidaram dela e foram cuidadas por ela. Fiquei feliz quando ela apareceu no aeroporto e eu vi no sorriso dela que tava tudo bem, que tudo valeu a pena, e ela me abraçou e eu tava com muita saudade daquele cheirinho de cigarro que nela é até cheiroso.
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Passei o ano de 2011 construindo uma casa, que finalmente ficou pronta. Eu achava que o sonho da casa própria era coisa de telesena, coisa que eu nunca precisaria me preocupar. Mas aí eu decidi casar e tivemos a sorte de ter onde construir, uma casa do jeitinho que a gente queria, com biblioteca, gramado, varandas, rede, árvore, cachorro destruindo tudo. Só agora eu entendo a importância de ter um cantinho pra descansar, pra ser eu, do jeito que eu quiser. Posso jantar miojo sem ser julgada, tomar banho às 3 da manhã, fazer maratona de seriados madrugada adentro. Posso ter a companhia do Luiz só pra mim, o tempo todo. Amor, tô com sede, vamos comigo buscar água? Vamos. A casa é enorme e a gente anda pra lá e pra cá juntos. A gente ouve um barulho e vai de cômodo em cômodo procurando, pra descobrir que na verdade foi o rodo do nosso banheiro que caiu. A gente acorda e vê o cachorro com cara de sem dono olhando lá pra dentro, eu fico com dó. Deixa o Pirata dormir aqui dentro, vai. E ele entra e fica raspando as unhas no meu piso laminado lindo de morrer e eu fico meio aflita mas tudo bem. Se estragar a gente conserta, pelo menos ele tá feliz. Tá escutando ele roncar? Ele tá dormindo bem. Que bom.
Eu ainda não cozinhei nada, o Luiz faz tudo. Chego e tá tudo brilhando, comidinha pronta, sobremesas preferidas na geladeira. Tem gente que tem marido, eu tenho muito mais.
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Em 2011 eu casei. Planejei uma festa linda e aconteceu tudo conforme o planejado. Meu pai me levou até o altar e eu nunca vou conseguir escrever sobre a emoção de usar um vestido de noiva, de olhar pra todo mundo que você gosta ali e dizer Sim vendo seu futuro nos olhos da pessoa que você ama, que você escolheu pra ser sua família. Meu pai me disse "Isso tudo é muito estranho, não sei ter filho adulto".
Acho estranho não morar mais "em casa". Sinto falta dos meus pais, da minha irmã, da minha cama de solteiro, mas só quando penso nisso. Amo morar com o Luiz, amo ter com ele a vida que a gente criou pra gente, amo desenvolver costumes novos com ele todos os dias.
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É isso, 2011. Você me trouxe tanta emoção, tanta alegria. Desesperei várias vezes ao longo desse ano, achei que nada daria certo, que eu não ia aguentar, que era simplesmente muita coisa para uma pessoa tão pequena. Desejei dormir e acordar só quando 2011 acabasse, mas olha, que bom que eu não dormi. Que bom que eu vivi cada dia desse ano, que eu aprendi um milhão de coisas sobre mim e sobre tudo.
2012, seja bonzinho. Traga pra mim a paz e a tranquilidade que 2011 roubou. Me deixa descansar, me deixa viver uma coisa só. Me deixa colocar minha conta bancária em ordem, me deixa dormir bem, por muitas horas, todas as noites. Me deixa entender que eu sou adulta, que eu respondo por mim, que eu sou responsável pelas minhas atitudes. Me deixa discernir, me deixa pensar. Me dê mais tempo pra amar, menos pra surtar. Me deixa pensar mais na solução e menos no problema. Me deixa ser (mais) feliz.
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