segunda-feira, 25 de março de 2013

every new beggining comes from some other beggining's end

Quando você tem 18 anos e decide se casar, as pessoas encontram muita coisa pra te dizer. Coisas boas, ruins, sinceras, doloridas, felizes. E você ignora todas elas, porque você tem 18 anos e decidiu casar, e nada mais importa. 
Quando você tem 21 anos e decide se separar, as pessoas encontram ainda mais coisas pra te dizer e você se impressiona com a quantidade de clichês que é possível alguém repetir em menos de uma hora. É um "vai ficar tudo bem" sem fim, é contar a história da vizinha da amiga da colega de trabalho, é "que bom que você não arrumou filho" (nunca vou entender esse lance de ~arrumar filho~), "que bom que você ainda é nova". 

Na boa, que bom é o caralho. É um saco que você não tenha tido um filho, que pena que tudo foi pro brejo com você assim tão nova. Separação é um processo doloroso, e daqui vinte anos seria vinte vezes mais, mas você daria qualquer coisa pra ter tido um bocado de anos felizes antes de tudo desmoronar. 

É frustrante, revoltante, é uma sensação de fracasso e tristeza você ter se dado conta de que a vida fez uma curva em algum momento e você acabou parando no lugar errado. É dolorido pensar que você até viu a curva, bem de longe, mas achou que nunca nada de mal aconteceria, porque afinal de contas, a vida não deveria ser assim. Não quando existe tanto, mas tanto amor. 

Optar por uma separação é difícil em todos os níveis possíveis. Seria mais fácil continuar vivendo, um dia de cada vez, sofrendo um pouquinho por vez, no conforto de uma casa que foi desenhada e escolhida e sonhada durante anos. Dentro de uma casa que em casa tijolo guarda o esforço, a vontade, o sonho de que ali seria o cenário de uma vida tranquila, cheia de amor, com cheiro de família. Mas é aquela velha história de que você não pode se acostumar com o que não te faz feliz. 

Optar por uma separação é incrivelmente difícil, principalmente porque você tem a opção. Você queria não ter, queria que decidissem por você, porque você só tem 21 anos e isso tudo é too much. Mas você acorda um dia na casa dos seus pais, em uma cama de solteiro e um quarto com furos nas paredes, pelado, vazio, e embora seja a situação mais triste do mundo, seu coração tá em paz e quem sabe, amanhã, você sinta alguma outra coisa. Tipo esperança. 

2 comentários:

  1. aline, minha vontade era de te dizer "não desista, não joga fora". era dizer "lembra disso aqui: http://linemartinez.blogspot.com.br/2011/02/sai-do-hospital-e-fui-em-direcao-ao.html". era de dizer "amor não pode acabar assim. NÃO PODE". porque eu me desespero ao pensar que o amor pode, sim, acabar. me desespero vendo a sua angústia, o sofrimento do que ficou, toda a dor, amargura e ressentimento. e no meio do caminho, vejo você indo. indo adiante, andando, tentando. me dói pensar que o amor pode ser superado. ou que ele não supera tudo.

    eu, com 21 anos como você, com 5 anos de relacionamento como você tinha. começando a pensar em casamento, em dinheiro, em vida. e morrendo de medo.

    conversei com você no facebook e sinceramente, sei que de nada adiantou. não vão ser umas poucas palavras de conforto que vão, de fato, te trazer calor. quando o amor machuca, a gente precisa deitar a cabeça no travesseiro e descansar. precisa beber, extravasar, chorar e morrer um pouquinho. aí sim vai ficar tudo bem, aline. eu espero que fique.

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  2. além disso, tenho esse blog pra te recomendar: http://dragoessemparaiso.blogspot.com.br. :­)

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