terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

deja vu

Há cinco anos atrás passamos pela mesma coisa. Sim, vai ter que operar, sim é muito grave, sim tem risco. A única diferença é que dessa vez é mais grave e o risco é maior. Ele foi internado sem nenhuma previsão de quando seria a cirurgia. Um dia antes, dormi na casa dele e vi que ele não dormiu nada.

Antes de ir trabalhar, disse pra ele ficar em paz que daria tudo certo. Ele disse um eu sei muito baixinho, e não olhou nos meus olhos para não chorar. Quando eu e o namorido passamos 15 dias hospedados na casa dele, ele fez a mesma coisa na hora de dar tchau. E ainda disse que aquilo tudo era uma palhaçada.

Quando ele bebe, diz que me ama o tempo todo. Quando tá sóbrio é rabugento, implicante e muito sarcástico, mas eu sei que é pra disfarçar. Ele fica muito sem jeito com demonstrações de afeto. Fui no hospital uns três dias seguidos, chego lá e finjo que estamos em casa, abro meu livro, ele assiste o futebol.

Soubemos hoje que a cirurgia será amanhã. Vô, fica em paz que vai dar tudo certo. Eu sei que vai.

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