sábado, 19 de junho de 2010

Republicando - 02.09.2007

saudade do que não existiu

você me liga no meio da madrugada só pra me dar um beijo antes de ir dormir e eu penso sem conseguir pensar direito que tudo que eu queria era te abraçar. você pede desculpa por ter me acordado e eu digo que não tem problema não, você pode. dá vontade de dormir com o celular no ouvido pra sentir sua respiração. essas coisas de gente boba que nem eu. te chamo pra vir dormir comigo, você diz tô indo. a gente desliga, eu abraço o travesseiro e volto a dormir sorrindo.

Republicando - 22.05.2010

Eu sinto como se as pessoas passassem por mim sem me notar. Como se eu fosse mais uma estrela entre tantas outras escondidas pela sombra de um desencontro cósmico. É um vazio angustiante e escuro (sempre é escuro) que me impossibilita de enxergar uma solução, cadê a minha saída? Minha luz no fim do túnel? Eu exigo os meus direitos por possuir um coração. Quero a minha recompensa. De que adianta todo essa sessão de sofrimento pra arrancar cada pedaço seu de mim, se meu coração nunca fica em paz?

É como se eu estivesse caindo de um abismo em câmera lenta e cada partícula de tempo e espaço que passa por mim deixa a ferida cada vez mais aberta e seca. As minhas lágrimas cansaram, elas não caem mais. Meus olhos demonstram constante marejação e o coração já esgarçado repetem as mesmas cenas de tempos em tempos. Nunca dura muito, eu sei. Quando eu vou parar de fingir que tudo está bem?

Eu quero as minhas respostas.

Republicando - 21.10.2006

Eu não me lembro de ter mudado, de ter acordado um dia e dito que estava diferente. As coisas foram acontecendo, acontecendo, acontecendo... e quando eu vi, já estava assim. Já tinha criado regras pro meu coração, já tinha imposto limites pra qualquer pessoa que ousasse se aproximar, por melhor que fosse a intenção, por qualquer que fosse a relação.


E agora, José?

Republicando - 15.09.2007

Eu fico esperando as coisas passarem porque eu sei que elas passam. Pela primeira vez tenho sido paciente o suficiente, ou não. Não sei. O ônibus passa e eu esqueço de dar sinal. A minha mãe me chama e eu só escuto na terceira ou quarta vez, quando ela já está berrando e eu fico com vontade de chorar. Mas eu aprendi a engolir o choro. Eu tenho feito muito isso ultimamente. Tudo me machuca e até eu já estou ficando de saco cheio dessa fragilidade toda.

sábado, 5 de junho de 2010

Dos aniversários

Meu aniversário está quase chegando e eu ainda não comecei a contagem regressiva, que até um tempo atrás durava, no mínimo, seis meses.

Eu esperava que no meu aniversário alguma coisa muito importante aconteceria, de preferência algo que eu já estava esperando acontecer. Achava que algo diferente aconteceria em mim, que eu mudaria em algum aspecto. E... nada. Nada nunca mudava, nada nunca acontecia.

No meu aniversário de 17 anos achei que o namorido finalmente se declararia. Bah, que nada. Ganhei um happy birthday e um meio abraço, só. Mas duas semanas depois ele finalmente se deu conta que o lugar dele era do meu lado, e ficou tudo bem.

Desde então eu não espero muito dos meus aniversários. Não porque eu "cansei" de esperar algo mudar, mas porque tudo que eu esperava que acontecesse já aconteceu. Em datas comuns que se tornaram especiais.

Quando você já tem tudo que você precisa todos os dias, as datas comemorativas são só mais um dia.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Foi tão difícil ser apaixonada por você em segredo. Queria que você descobrisse logo, pelo menos para eu poder conversar sobre isso com alguém. Quando você dava a aula ou a reunião por encerrada e eu era obrigada a ir embora, ficava pensando no que você pensava sobre mim e, mais importante, se pensava.

Meus fins de semana eram horríveis. Ou eu passava a noite na internet só para conseguir dormir o dia todo, ou ficava assistindo futebol com a família, olhando apenas para o cronômetro. Naquela época o Palmeiras tinha um jogador com o mesmo nome que meu sobrenome, e eu ficava imaginando se isso te lembrava de mim.

Depois descobri que sim. E sorri.