Eu sinto como se as pessoas passassem por mim sem me notar. Como se eu fosse mais uma estrela entre tantas outras escondidas pela sombra de um desencontro cósmico. É um vazio angustiante e escuro (sempre é escuro) que me impossibilita de enxergar uma solução, cadê a minha saída? Minha luz no fim do túnel? Eu exigo os meus direitos por possuir um coração. Quero a minha recompensa. De que adianta todo essa sessão de sofrimento pra arrancar cada pedaço seu de mim, se meu coração nunca fica em paz?
É como se eu estivesse caindo de um abismo em câmera lenta e cada partícula de tempo e espaço que passa por mim deixa a ferida cada vez mais aberta e seca. As minhas lágrimas cansaram, elas não caem mais. Meus olhos demonstram constante marejação e o coração já esgarçado repetem as mesmas cenas de tempos em tempos. Nunca dura muito, eu sei. Quando eu vou parar de fingir que tudo está bem?
Eu quero as minhas respostas.
"A vida voa na sua cara, esbarra no seu rosto, suja sua vaidade, corrompe suas certezas, e você não pode fazer nada. A não ser lavar o rosto e começar tudo de novo." (Tati Bernardi)

sábado, 19 de junho de 2010
Republicando - 21.10.2006
Eu não me lembro de ter mudado, de ter acordado um dia e dito que estava diferente. As coisas foram acontecendo, acontecendo, acontecendo... e quando eu vi, já estava assim. Já tinha criado regras pro meu coração, já tinha imposto limites pra qualquer pessoa que ousasse se aproximar, por melhor que fosse a intenção, por qualquer que fosse a relação.
E agora, José?
E agora, José?
Republicando - 15.09.2007
Eu fico esperando as coisas passarem porque eu sei que elas passam. Pela primeira vez tenho sido paciente o suficiente, ou não. Não sei. O ônibus passa e eu esqueço de dar sinal. A minha mãe me chama e eu só escuto na terceira ou quarta vez, quando ela já está berrando e eu fico com vontade de chorar. Mas eu aprendi a engolir o choro. Eu tenho feito muito isso ultimamente. Tudo me machuca e até eu já estou ficando de saco cheio dessa fragilidade toda.
sábado, 5 de junho de 2010
Dos aniversários
Meu aniversário está quase chegando e eu ainda não comecei a contagem regressiva, que até um tempo atrás durava, no mínimo, seis meses.
Eu esperava que no meu aniversário alguma coisa muito importante aconteceria, de preferência algo que eu já estava esperando acontecer. Achava que algo diferente aconteceria em mim, que eu mudaria em algum aspecto. E... nada. Nada nunca mudava, nada nunca acontecia.
No meu aniversário de 17 anos achei que o namorido finalmente se declararia. Bah, que nada. Ganhei um happy birthday e um meio abraço, só. Mas duas semanas depois ele finalmente se deu conta que o lugar dele era do meu lado, e ficou tudo bem.
Desde então eu não espero muito dos meus aniversários. Não porque eu "cansei" de esperar algo mudar, mas porque tudo que eu esperava que acontecesse já aconteceu. Em datas comuns que se tornaram especiais.
Quando você já tem tudo que você precisa todos os dias, as datas comemorativas são só mais um dia.
Eu esperava que no meu aniversário alguma coisa muito importante aconteceria, de preferência algo que eu já estava esperando acontecer. Achava que algo diferente aconteceria em mim, que eu mudaria em algum aspecto. E... nada. Nada nunca mudava, nada nunca acontecia.
No meu aniversário de 17 anos achei que o namorido finalmente se declararia. Bah, que nada. Ganhei um happy birthday e um meio abraço, só. Mas duas semanas depois ele finalmente se deu conta que o lugar dele era do meu lado, e ficou tudo bem.
Desde então eu não espero muito dos meus aniversários. Não porque eu "cansei" de esperar algo mudar, mas porque tudo que eu esperava que acontecesse já aconteceu. Em datas comuns que se tornaram especiais.
Quando você já tem tudo que você precisa todos os dias, as datas comemorativas são só mais um dia.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Foi tão difícil ser apaixonada por você em segredo. Queria que você descobrisse logo, pelo menos para eu poder conversar sobre isso com alguém. Quando você dava a aula ou a reunião por encerrada e eu era obrigada a ir embora, ficava pensando no que você pensava sobre mim e, mais importante, se pensava.
Meus fins de semana eram horríveis. Ou eu passava a noite na internet só para conseguir dormir o dia todo, ou ficava assistindo futebol com a família, olhando apenas para o cronômetro. Naquela época o Palmeiras tinha um jogador com o mesmo nome que meu sobrenome, e eu ficava imaginando se isso te lembrava de mim.
Depois descobri que sim. E sorri.
Meus fins de semana eram horríveis. Ou eu passava a noite na internet só para conseguir dormir o dia todo, ou ficava assistindo futebol com a família, olhando apenas para o cronômetro. Naquela época o Palmeiras tinha um jogador com o mesmo nome que meu sobrenome, e eu ficava imaginando se isso te lembrava de mim.
Depois descobri que sim. E sorri.
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
Do que já passou
Sábado morto aqui no trabalho e enquanto gerenciava o orkut da agência resolvi dar uma olhada na Blogueiros, para lembrar da época em que eu só ia pro colégio, dormia e passava horas jogando conversa fora na comunidade.
Eu dizia me sentir uma adolescente muito deslocada, por não ter amizades, não ir à festas e ser sozinha. O pessoal tentava me convencer de que eu não era gorda. Eles falavam da vida de muito trabalho, pouco dinheiro e muitas contas, enquanto eu estava no ensino médio e ganhava mesada. E eles eram tão pacientes com a minha contagem regressiva para fazer 16 anos!
Hoje, três anos depois, posso dizer que quase tudo mudou. Ainda me sinto uma adolescente meio fora do comum (até porque essa sensação não é um acessório que você decide simplesmente não usar), mas por outros motivos. Na contagem pros 19 anos eu tenho carro, casa, aliança dourada na mão direita e uma pessoa para viver tudo isso comigo.
Claro que sem ele nada disso estaria acontecendo. E o engraçado é que ele diz a mesma coisa sobre mim. É por isso que dá certo.
Eu tenho um emprego ótimo, estou no meio da faculdade (que não gosto muito, acho que subestima minha inteligência), ainda me acho gorda, mas deve ser porque dessa vez eu estou mesmo. E sou feliz.
Não que eu não fosse feliz. Eu até era, mas era diferente. No fundo eu sempre quis um casamento, filhos e um jardim. A parte de mim que achava que ia ficar sozinha, e já tinha se acostumado com a idéia, se perdeu. Que bom.
Ainda não gosto de macarrão, de katchup, cinema, café com leite, meus pés. Ainda durmo com duas meias e reclamo muito. Não posso negar o que eu já fui, as coisas que eu já fiz. Hoje fico feliz de saber que ter sido sozinha me fez encontrar alguém que também era sozinho, e aprender que viver juntos era só o que estava faltando.
Eu dizia me sentir uma adolescente muito deslocada, por não ter amizades, não ir à festas e ser sozinha. O pessoal tentava me convencer de que eu não era gorda. Eles falavam da vida de muito trabalho, pouco dinheiro e muitas contas, enquanto eu estava no ensino médio e ganhava mesada. E eles eram tão pacientes com a minha contagem regressiva para fazer 16 anos!
Hoje, três anos depois, posso dizer que quase tudo mudou. Ainda me sinto uma adolescente meio fora do comum (até porque essa sensação não é um acessório que você decide simplesmente não usar), mas por outros motivos. Na contagem pros 19 anos eu tenho carro, casa, aliança dourada na mão direita e uma pessoa para viver tudo isso comigo.
Claro que sem ele nada disso estaria acontecendo. E o engraçado é que ele diz a mesma coisa sobre mim. É por isso que dá certo.
Eu tenho um emprego ótimo, estou no meio da faculdade (que não gosto muito, acho que subestima minha inteligência), ainda me acho gorda, mas deve ser porque dessa vez eu estou mesmo. E sou feliz.
Não que eu não fosse feliz. Eu até era, mas era diferente. No fundo eu sempre quis um casamento, filhos e um jardim. A parte de mim que achava que ia ficar sozinha, e já tinha se acostumado com a idéia, se perdeu. Que bom.
Ainda não gosto de macarrão, de katchup, cinema, café com leite, meus pés. Ainda durmo com duas meias e reclamo muito. Não posso negar o que eu já fui, as coisas que eu já fiz. Hoje fico feliz de saber que ter sido sozinha me fez encontrar alguém que também era sozinho, e aprender que viver juntos era só o que estava faltando.
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